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28 Set 2020

Não estamos ligados, nem somos influenciados. Ou então isto é tudo “mentira”.

Não estamos ligados, nem somos influenciados. Ou então isto é tudo “mentira”.

O tema das redes sociais tem estado na ordem do dia. Não por se tratar de uma novidade no panorama digital, mas pelo poder da Netflix. Parece confuso? É bastante simples. O documentário “o dilema das redes sociais” veio relembrar-nos dos perigos destas plataformas comunitárias. Não que não soubéssemos ou estivéssemos conscientes deles, mas a verbalização concentrada de toda esta informação, feita por especialistas de grandes empresas como a Google ou o Facebook, eleva todos estes aspetos a uma nova dimensão. Afinal são os homens por detrás das “máquinas” que nos contam, na primeira pessoa, como tudo se processa. E que perigos são estes? Fake news. O perigo da proteção de dados. Não são temas novos, mas são temas que, se pensarmos muito, nos podem querer fazer desconectar.

Mas se estamos todos conscientes destes perigos porque é que continuamos ligados? Historicamente as redes sociais nascem associadas a uma necessidade de pertencer a uma comunidade, necessidade esta que é sentida por consumidores cada vez mais exigentes, que querem tudo no imediato (“aqui e agora”). Se isto fosse um jogo de palavras e as pistas fossem: comunidade, rapidez, feedback e pertença, rapidamente chegávamos a Redes Sociais. Estes canais que nos mantém ligados diariamente entre nós e com o mundo são formas imediatas de circulação de informação, de interação e de recolha de feedback. E é esta ânsia e desejo de conexão, de aceitação e de interação que não nos permite desligar, mesmo que conscientes de todos estes perigos. A verdade é que podemos dizer que não estamos ligados, que não usamos diariamente estes canais, mas quantos de nós é que, conscientes de todos estes perigos, apagaram os seus perfis nestes canais?

Mas as contradições não ficam por aqui. Vamos continuar com este jogo de palavras? Se vos der as pistas: nativos digitais, influentes, redes sociais…rapidamente pensam em Influenciadores, certo? Também estas personalidades que “habitam” nestas redes sociais estão na ordem do dia. Quando perguntamos à generalidade das pessoas se é “influenciada” por alguma destas personalidades, rapidamente dizem que não. Isto porque associamos a palavra “influenciar” a algo negativo. Em pequenos todos nós ouvimos a expressão “não sejas influenciável”. A verdade é que, consciente ou inconscientemente, direta ou indiretamente, todos nós somos condicionados por alguém. Não tem de se refletir numa compra direta. Pode apenas tratar-se de uma memória criada hoje que, no momento de escolha, sem me aperceber, me influencia. E também não tem de ser a nós diretamente. Um filho pode ser influenciado por uma personalidade e, naturalmente, influencia o pai. Ser influenciado é diferente de ser influenciável e nem isso é uma novidade se pensarmos nos líderes de opinião, que sempre existiram nos jornais, na televisão, em revistas. Não se chamavam “influencers”, mas influenciavam a nossa forma de pensar ou de ver um determinado assunto. Mesmo sem sabermos, todos nós somos impactados (para não dizer influenciados) por alguém. E não tem mal nenhum.

E é nestas duas facetas do mundo digital onde estão alguns dos grandes desafios do futuro. As redes sociais têm o desafio de se reinventar, assim como as marcas têm um desafio de pensarem na comunicação de forma a potenciarem estes canais. Já no que diz respeito aos influenciadores, estes são cada vez mais utilizados pelas marcas, mas têm também o desafio de se reinventar. Com a quantidade crescente de informação a que todos temos acesso, surge o desafio da relevância. Manter-se relevante para a sua audiência, comunicar com conteúdos pertinentes e com frequência, são alguns dos desafios que estas personalidades enfrentam. Por outro lado, as marcas têm também de se reinventar na relação com os influenciadores. Se há uns tempos atrás estes eram uma forma fácil de fazer face ao ad blocking, com a lei da publicidade estes conteúdos tornaram-se explicitamente patrocinados, perdendo assim a sua autenticidade e caráter orgânico. Cabe às marcas e aos influenciadores trabalharem lado a lado para a criação de conteúdos relevantes. As marcas com as suas necessidades de comunicação e os influenciadores com a sua essência e com o seu maior património: o conhecimento da sua audiência.

A verdade é que o mundo digital e das redes sociais não pára de evoluir. O que é hoje uma novidade, amanhã já é rotina e depois de amanhã já faz parte do passado. Os influenciadores que nascem do digital rapidamente emergem para os meios tradicionais como a rádio e a televisão. E no meio de toda esta transformação a palavra chave é “relevância”. De quem comunica, de como comunica, onde comunica e para quem comunica.

Constança Lameiras

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